flupp-2016

5ª edição da Flupp começa nesta terça

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Vida longa à Favela

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De hoje até domingo rola a 5º edição da FLUPP, na Cidade de Deus. Nesta edição, mais de 50 autores de 20 nacionalidades e uma grande homenagem ao escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (morto há 20 anos). A FLUPP há cinco anos vem chamando atenção para a realidade e a produção artística das minorias periféricas. Como parte das celebrações pelos 50 anos da Cidade de Deus, os convidados debaterão temas como racismo, machismo e homofobia. 

A FLUPP de 2016 terá mais de 100 horas de programação diversa e diversificada, com debates entre autores nacionais e internacionais, show musicais, espetáculos teatrais, realidade virtual, gincana literária e poetry slam. Iremos contar com convidados como a pastora lésbica Pamella Ligthsey, o compositor Dudu Nobre e a slammer secundarista Tainara Coelho, todos eles negros como as curadoras Roberta Estrela D'Alva e Yasmin Thayná. Mais do que nunca, a FLUPP da Cidade de Deus será uma plataforma contra o racismo, e em particular contra a morte em escala industrial dos jovens negros de nossas favelas.

Uma das novidades é o projeto criado em Barcelona por um grupo de pesquisadores e artistas: “Machine to be another” (Máquina de ser outro). Combinando áudios, vídeos em 360 graus, realidade virtual e técnicas de neurociência, a experiência cria uma ilusão cerebral que faz o usuário ver-se e sentir-se no corpo de outro. As sessões, gratuitas, acontecem das 14h às 22h, na praça principal da Cidade de Deus. Haverá também, em datas e horários a serem confirmados, performances de teatro imersivo, que irá misturar a realidade virtual e a física, colocando o visitante frente a frente com os narradores da histórias. No Brasil pela primeira vez, o “Machine to be another” participa da Flupp dentro da iniciativa do festival de ampliar a sua programação para outras formas narrativas.

Patrick Chomoiseau e Conceição Evaristo farão uma mesa que poderá entrar para a história dos festivais literários no dia 13 de novembro. Não será muito diferente com o debate envolvendo Nadifa Mohamed e Ana Maria Gonçalves, que discutirá o lugar do negro no mundo a partir do olhar feminino. O cinema, a inclusão digital e o samba também serão debatidos por artistas negros, como o diretor Joel Zito e a cantora Ellen Oléria.

Uma sexualidade hoje chamada de queer também terá grande destaque na programação, como se pode depreender pela mesa envolvendo Marcelo Caetano, Mc Linn da Quebrada e Amara Moira. Marcado para o dia 12 de novembro, esse debate é uma espécie de elo perdido entre a Cidade de Deus e Caio Fernando Abreu, autor homenageado da FLUPP de 2016. Pelo terceiro ano consecutivo, a curadoria do Rio Poetry Slam será da poeta e atriz Roberta Estrela D'Alva.

A FLUPP Parque, que pelo segundo ano terá como epicentro uma Gincana Literária, mostrará o resultado de dois meses de trabalho dentro de cinco escolas de ensino fundamental da Cidade de Deus. Uma espécie de festival de leitores, em que o epicentro das ações é a interpretação que os estudantes fizeram da obra dos autores que visitaram sua escola. A cantora, educadora e escritora Bia Bedran será uma das participantes, assim como a atriz Elisa Lucinda (no dia 11) e muitos outros. FLUPP Parque foi inteiramente dedicada à poderosa tradição da poesia oral brasileira, ela própria uma permanente afirmação de nossa herança africana. Quem acompanhar a programação das manhãs de 9, 10 e 11 poderá ver o que os grandes compositores do samba, rap e funk poderão fazer para formar novos leitores.

FLUPP 2016
8 a 13 de novembro
Endereço: Rua Edgard Werneck, 1565 - Jacarepaguá
Praça da Cidade de Deus (Praça Padre Júlio Groten)

Programação completa aqui.