Soda Noise – Garcia Gang

Soda Noise - Garcia Gang

Aori Anaga, Ainá Garcia, Hodari, Aisha e Yaminah são os nomes que já sacodem a cena urbana nacional e a internet, e que agora se uniram para levar a arte e a ancestralidade africana através de uma salada de ritmos como o afrobeat, rap, r&b, funk e trap n0 projeto “Garcia Gang”.

Para entender a importância dos cinco integrantes deste projeto artístico é preciso conhecer a origem desta família. Todos os artistas do quinteto são netos de um dos casais mais importantes para a cultura afrobrasileira: Lydia Garcia e Willy Mello. Lydia é carioca e foi a primeira professora de música da rede pública do Distrito Federal e Willy Mello, conhecido como OluMello, também, nasceu no Rio de Janeiro mas foi para Brasília em 1958, onde o artista plástico e desenhista de arquitetura, trabalhou com Oscar Niemeyer. Do fruto desta relação nasceram Kenya, Mali, Ialê, Kwame e Luena. Foi a partir daí que a família que já militava pelas causas dos afrobrasileiros iniciou uma dinastia de nomes africanos e as gerações que se sucederam acompanham a tradição. A valorização da cultura e da estética africana sempre fizeram parte da educação desta família, que serve de exemplo e de referência para tantos brasileiros.

O chamado a ancestralidade começou cedo para todos os integrantes deste quinteto musical. A primeira geração de netos dos Garcia começou com o Aori, 39 anos, conhecido também como MC Lapa, que foi um dos precursores da cultura HipHop na cidade do Rio de Janeiro e é tido como uma entidade do Rap nacional por suas músicas no Inumamos e por ter criado a lendária Batalha do Real, evento importante para o rap brasileiro, que abriu portas para diversos nomes como Emicida. Ainá Garcia, 35 anos, viveu a chegada do rap nas ruas cariocas durante a sua adolescência, fez parte do grupo intitulado “Anfetaminas” e recentemente lançou seu single “ BSNC” que mostra que as mulheres negras podem ser o que e quando quiserem. A geração seguinte começou com o músico e multi instrumentista Hodari, 27 anos, que nasceu em Brasília mas que absorveu muito conhecimento musical durante as suas férias no bairro boêmio da Lapa. Aisha, 20 anos e Yaminah, 21 anos, são DJ`s e dançarinas, ambas se destacam por apresentarem sets  repletos de músicas afrofuturistas em suas performances.

Se liga no som dessa família que tá agitando a cena musical do Rio:

O projeto foi lançado com uma super festa na Lapa no início deste mês, mas fique ligado que em breve rolam outras apresentações memoráveis!

Tem um som novo pra mandar pra gente? É só enviar todas as infos pra contato@zonanorteetc.com.br, colocar no título "Soda Noise"e a sua dica musical pode aparecer por aqui!

meu time marcão baixada diego mc

Marcão Baixada e Diego MC lançam música para a Copa do Mundo

Marcão Baixada e Diego MC lançam música para a Copa do Mundo

Música é aposta dos artistas para agitar a torcida para o mundial

De olho na Copa do Mundo FIFA de 2018 Marcão Baixada lançou a música “Meu Time”. Com um mix de funk, rap e até mesmo pop, produzido por BLUNTZZILLA, a faixa é a aposta do rapper para agitar a torcida para o mundial. A música tem participação de Diego MC —carioca de Fazenda Botafogo (subúrbio do Rio), que desde 2016 vem percorrendo seu caminho solo na música. Cheio de estilo e dono de um som novo, o cantor vem marcando território na cena. A canção está disponível nas principais plataformas de streaming e também no webclipe que você confere abaixo:

Nos últimos anos Marcão Baixada vem atuando num momento em que as marcas esportivas estão renovando suas estratégias para chegar ao consumidor, através de músicos e influenciadores. Em 2014, o artista iniciou uma parceria com a Nike Sportswear, onde foi Mestre de Cerimônias e porta-voz da marca em eventos de médio e grande porte, como a Casa Fenomenal —um espaço criado na Zona Portuária do Rio durante a Copa de 2014, visando celebrar a cultura e energia do futebol brasileiro.

Em 2016, Marcão foi anfitrião do lançamento da "BHM", coleção da Nike inspirada pelo Black History Month, o mês da história negra nos Estados Unidos; e também foi apresentador do Oi Bowl Jam, o mundial de skate bowl, realizado no Parque Madureira.  Ainda em 2016, junto com o rapper Ramonzin, lançou "A Batalha dos Parques", clipe de um duelo musical para os Jogos Olímpicos Rio 2016.

E agora, na Copa, mais um golaço do Marcão Baixada!

Banda Gente divulgação 1 - Fotos Cerutti Dias

Banda Gente é potência, voz, periferia e a mulher negra

Banda Gente é potência, voz, periferia e a mulher negra

Banda Gente divulgação 1 - Fotos Cerutti Dias

Foto: Cerutti Dias

Os shows de lançamento acontecem dia 11 de novembro na Lona Cultural de Anchieta e dia 12 na Pça dos Direitos Humanos, em Nova Iguaçu

Confesso que respiro mais aliviado depois de ouvir na íntegra o primeiro álbum da Banda Gente. Não por ser um álbum fácil... não. Pelo contrário, é denso porque assim há de ser por tratar de temas tão fortes e tão urgentes como a realidade periférica, suburbana, favelada e dos negros e negras dessa cidade que se diz maravilhosa, mas A GENTE pergunta: maravilhosa pra quem?

Se reclamar eu atiro, se reclamar eu juro, se reclamar eu retiro todos os seu direitos #SomostodosSilvas 

Respiro aliviado por ouvir uma banda de rock tão boa, tão brasileira com suas misturas de ritmos com doses de samba, baião e outras influências regionais. Além disso, letras contundentes.

Repara que a interpretação depende do seu lugar #SomostodosSilvas 

E que voz! Iolly Amancio, vocalista e uma das líderes do grupo tem uma potência sensacional pro Rock and Roll mas canta samba, forró e fala poemas com uma verdade absurda. O instrumental é muito bem executado pela banda da qual fazem parte seu marido Wallace Cruz e seu irmão mais novo, Nico Souza. 

O lançamento

E quase dois anos após o lançamento do primeiro EP intitulado “O Rock está no Ar”, em 2015, a Banda Gente lança seu primeiro álbum nos próximos dias 11 e 12 de novembro. Sábado a apresentação é a partir das 18h na Lona Cultural Carlos Zéfiro, em Anchieta, a preços populares e o show de domingo acontece de graça, na Praça dos Direitos Humanos, no Centro de Nova Iguaçu a partir das 17h .

A Lona Cultural Carlos Zéfiro fica na Estrada Marechal Alencastro, 4113 - Anchieta. Ingressos promocionais antecipados a R$10 e na hora a R$20. Ingressos disponíveis online no site da Ticket Mais ou nos postos de venda no Rio e na Baixada, Espaço 989 Artes (Tijuca) e Bar Virtude (Mesquita), respectivamente. Para outras informações: (21) 2148-0813. O projeto faz parte do Programa Territórios Culturais RJ/ Favela Criativa, da Secretaria de Estado de Cultura em parceria com a Light e a Agência Nacional de Energia Elétrica. 

#SomostodosSilvas

 

Em 2016 a banda participou do Concurso de bandas do Programa ZoaSom que colocou o single ''Rede'' (também presente neste trabalho) no primeiro lugar no Festival Talentos da Música Brasileira, na Lona de Jacarepaguá, abrindo as portas para o início da primeira gravação. O disco conta ainda com o auxílio luxuoso do poeta baiano Milsoul Santos, trazendo o poema de sua autoria na faixa homônima ''Pássaro Preto'', com a participação mais do que especial do cantor da banda (também baixadense) Gente Estranha no Jardim, Átila Bezerra, em''Vem e vê'', dos versos da poetisa Renata Abreu em ''Repara'', além da característica e já reconhecida vigorosa presença vocal de Iolly Amancio. Outros destaques também ficam a cargo da sonoridade ritmada da faixa de abertura ''Cólera'', além de ''Samba do Trem", e ''Silvas'' - canção que inspirou o título do trabalho e homenageia o sobrenome mais popular do Brasil. Um dos frutos deste álbum é, sem dúvida, a sua diversidade melódica. Rico em influências plurais e misturas inusitadas, o disco une o peso do rock à energia e sonoridade da música brasileira. Para quem quiser chegar ao show de lançamento cantando o CD do inicio ao fim, os músicos disponibilizam na internet o novo álbum nas plataformas: OneRpDeezerSpotifyI Tunes, SoundCloud, Google Play e YouTube.

Banda Gente divulgação 2 - Fotos Cerutti Dias

Foto: Cerutti Dias

O #SomostodosSilvas é feito de canções orgânicas, um prato que se come pelos ouvidos — dispara Iolly Amancio

Os músicos identificam a obra como riso e agonia, dor e poesia onde as 13 faixas revelam a mistura, que não se preocupa em ser rotulada de 'a' ou 'b', como uma das características do som de peso que se faz fora dos grandes centros. Sem deixar de trazer consigo questões que ainda assolam as áreas menos privilegiadas das metrópoles. 

Acredito que fazer com que nosso som circule pela cena do Rio, feito por músicos vindos da Baixada Fluminense; trazendo a frente da banda uma mulher negra levantando temas como racismo, desigualdade social e, ainda por cima, misturando rock com samba e ritmos regionais nordestinos sejam, também, uma forma de resistência cultural — conclui Iolly.

O Início

A Banda Gente surgiu em 2011, após um ano de frequentes encontros na casa do casal integrante e precursor do projeto, Wallace Cruz e Iolly Amancio, com seu irmão mais novo Nico Souza, juntamente com diversos amigos que frequentavam sua casa e, entre uma música e outra, falavam sobre suas inquietações. Aparecem a partir daí as primeiras composições autorais e, na sequência, a banda ajusta sua formação produzindo um som que carrega o orgulho de sua negritude e da luta que o ''cidadão comum'' enfrenta na rotina das mais diversas situações do seu cotidiano. Ao longo desses anos o grupo já se apresentou em diversos Centros Culturais como Donana (Belford Roxo), Lonas e Arenas Culturais, Saraus pelo Rio e na Baixada, Festivais de música e espaços como Teatro Odisseia, Teatro Ziembinski e Centro de Referência da Música Carioca.

Em Janeiro de 2017 passaram a integrar o Coletivo de Músicos #BXDnuncaserende que lançou, em parceria com a ONU, o projeto piloto 'Música para Avançar no Desenvolvimento Sustentável' e resultou em um sound book coletânea onde a música ''Rede'' representa a 'ODS 16' no Documentário, com o mesmo nome do coletivo, lançado pela ONU no Cine Odeon em maio deste mesmo ano. A produção tem rodado por diversas partes do mundo e exibida em países como: China, Bulgária e recentemente, no mês de outubro, passou pelo Chelsea Film Festival com a presença de Iolly representando a Baixada em Nova Iorque.

Serviço:
Lançamento álbum #SomostodosSilvas - Banda Gente
Data: 11 de Novembro (SÁB)

Horário: 18h

Local: Lona Cultural Carlos Zéfiro - Anchieta

End :: Estrada Marechal Alencastro, 4113

Data: 12 de Novembro (DOM)

Horário: 17h

Local: Praça dos Direitos Humanos - Nova Iguaçu
GRÁTIS

 

 

 

Jeza da Pedra_por_João _Pacca

Jeza da Pedra: “um périplo polifônico pelo desbunde passiva-não-pacífica da marginália carioca”

Jeza da Pedra: “um périplo polifônico pelo desbunde passiva-não-pacífica da marginália carioca”

Jeza da Pedra_por_João _Pacca

Foto: João Pacca

No último verão, o músico Jeza da Pedra começou a chamar a atenção nas cenas de rap e funk carioca. Compositor dos hits Terrorista Viado e Celular (versão tecno-forró de Hotline Bling, de Drake), Jeza conquistou as festas LGBT e logo entraria no set das rádios comunitárias do Rio. Crescido no Morro da Pedreira, ele é o primeiro rapper abertamente gay surgido na cena do hip hop carioca. Neste mês, Jeza lança o seu primeiro EP, “Pagofunk Iluminati”, com show de lançamento no dia 01 de julho, no Espaço Éden, que fica na RuaSacadura Cabral, 109, no centro do RJ. (Mais informações aqui.)

Convidado por Rico Dalasam a fazer uma participação em seu último show no Circo Voador, ele também já dividiu o palco com artistas como Linn da Quebrada e Larissa Luz. Produzido por Jeza e Juan Peçanha, “Pagofunk Iluminati” é um retalho de ritmos periféricos com requintes de gambiarras sonoras.

No disco, Jeza se move pelas vielas do rap, samba, funk carioca e música eletrônica. Entremeado por citações de Silas Malafaia e Jorge Lafond declamando Fernando Pessoa, o álbum foi gestado nas horas vagas do semestre em que ele trabalhou como anfitrião de karaokê em Campos dos Goytacazes, norte fluminense.

Algumas faixas estavam pré-produzidas com outros parceiros, mas chegando em Campos conheci o produtor Juan Peçanha, que investiu na ideia do disco e deu um toque mais pop, mais sci-fi, nas perturbações que eu fazia com as músicas

Na definição do cantor, “Pagofunk Iluminati” é “um périplo polifônico pelo desbunde passiva-não-pacífica da marginália carioca”. Em suas letras, Jeza versa sobre suas andanças pela noite do Rio, narrando a si como um dândi periférico, espécie de mash-up de Oscar Wilde com Racionais MCs. Frequentador de rodas de rima e bailes da Baixada, Jeza se vale de sua poética bem-humorada para criticar a gentrificação na capital carioca: "Shitaki emancipado/ mais mídia que a Ivete/ com noiz tu não se mete/ tu gourmetiza o meu croquete/ sai que tu é mó bad/ mais Jiban q a UPP”, ele ironiza, no rap-funk Sai que tu é mó bad.

Na faixa "Cuida Noiz", após a introdução da ativista transexual Indianara Sophia, ele sampleia trechos bíblicos para denunciar: “Fariseus, falsos profetas e lobos vendem essa babaquice de ideologia do gênero em de vez apregoar amai uns aos outros”. Nascido em família neopentecostal e alfabetizado com os versos do Pentateuco, Jeza evoca também suas raízes na diáspora africana na música "Rolê de Ogum". O nome de Jeza se confunde com o título do seu principal hit, “Terrorista viado”. A vida do músico, digna de um grande personagem literário, oferece elementos para compreender a origem da composição. Com passagens pela carceragem da Polinter e pela Sorbonne, ex-michê de sauna, ex-concierge de hotel cinco estrelas, ex-vendedor de picolé, Jeza divaga com propriedade sobre o que é ser um “terrorista viado” em tempos de ascensão conservadora:

Ser terrorista viado é ter o corpo fechado contra toda sorte de normativice. É não se conformar com a bolsada de lixo homofóbica no pátio da escola. É sair do armário do telemarketing. É fazer um feat. de Jesus de Nazaré com tambores de candomblé. É ser mais passiva que o agressor.

Música e literatura marcaram a formação de Jeza, e sem preconceitos formais. Poeta editado em zines do Rio e de Santa Catarina, ele é autor publicado também na revista de arte erótica Nin. O show na Casa Éden contará com a direção musical de Eduardo Santana (Afrojazz) e Cairê Rego (Baleia). 

Ouça aqui o EP completo “Pagofunk Iluminati”:

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Chico Tadeu – Quem é esse cara?

Chico Tadeu - Quem é esse cara?

Você pode até se perguntar "Quem é esse cara?" quando ouvir o nome de algum artista desconhecido mas certamente quando conhecemos um pouco do trabalho de Chico Tadeu a pergunta muda para: "Onde ouvimos mais música desse cara?" ou "Onde sei mais da trajetória dele?" Com Chico Tadeu é assim... 

Cria da ZN, mais especificamente de Madureira, nós falamos por aqui sobre o lançamento do primeiro CD do artista chamado "O Estado Crítico". Agora, indicamos para que assistam o documentário "Quem é Esse Cara?". Na produção, sabemos um pouco da vida de Chico Tadeu fora dos palcos, sua infância, sua trajetória musical e muito mais. O documentário conta com depoimentos de amigos, familiares e do próprio artista. Se ainda não viu, dê o play, porque vale a pena conhecer a arte de Chico Tadeu que recentemente assinou com a Sony Music e promete muito novidade para esse ano.