O Rolé Carioca é um projeto que começou em 2013, patrocinado pela Universidade Estácio de Sá e em parceria com a M’Baraká, estúdio de criação de projetos de cultura e design. Sucesso no ano passado, o Rolé teve programação extensa em 2014 com passagens por bairros como São Cristóvão, Tijuca e Zona Portuária sempre no último domingo de cada mês, fechando o ano com chave de ouro com um passeio pelas ruas do Méier. Rodrigo Rainha, professor de História, idealizador do projeto e um dos guias do passeio, contou como surgiu a ideia de conhecer a cidade através de seu passado
Sempre tivemos esse desejo de levar para a população a História em geral. Já fazíamos com os nossos alunos, mas queríamos mais, então surgiu a chance de criar esse diálogo de aula de História andando pelas ruas. O pessoal da M’Baraká já possuía um projeto de mobiliário urbano e fizemos uma parceria em um primeiro momento, depois ampliamos o projeto, levando para todo o Rio de Janeiro um pouco dessa história. É a ideia de uma sala de aula ao ar livre.
Para o último roteiro do ano, foram escolhidas as ruas do Méier e seus importantes acontecimentos, que deixaram o bairro marcado como um dos mais importantes da Zona Norte. Entre os pontos visitados, a Basílica do Imaculado Coração de Maria, o Imperator e o famoso Leão. Sobre a escolha do bairro, Rodrigo explica a importância de incluir o Méier nos rolés
O Méier é fundamental, por todo o caminho que fizemos podemos perceber que ele é a capital do subúrbio. Você consegue identificar no bairro quando o subúrbio teve uma certa evolução, assim como os atrasos vividos pela sociedade. É um bairro que tem o que há de melhor e de pior, como os cinemas e as ruas de comércio, mas também a degradação e a fragilidade. Um exemplo é o Jardim do Méier, uma obra linda praticamente abandonada e que as pessoas tem medo de ir. O Méier é como um microcosmos do subúrbio do Rio de Janeiro.
Entre as curiosidades sobre o bairro, Rodrigo destaca o Imperator
Ele foi criado para ser o maior cinema, com uma sala para 2.400 pessoas, uma sala com nome de imperador para dizer que era o maior e mais especial. Em seguida desapareceu para ressurgir como casa de show e mais tarde se tornar um dos locais ícones do movimento funk carioca. Logo depois é abandonado como parte do subúrbio e agora recriado com o nome de João Nogueira, um cara que sempre valorizou o subúrbio, sempre soube o quanto era importante esse tipo de vivência que o subúrbio tem.
Em 2015 o Rolé Carioca continua com novos roteiros que prometem desvendar ainda mais a história da Zona Norte. Fique ligado na página do projeto no Facebook para saber as datas dos próximos passeios: facebook.com/RoleCarioca.