ZN Entrevista – Letícia Novaes

Na última quinta rolou mais uma edição do Rio Música Contemporânea no Imperator. As atrações da noite foram as bandas Letuce, Mohandas, o multiinstrumental Kinkid e BNegão. Fazendo a costura de todos os ritmos, Qinho, que é um dos responsáveis por estes encontros e a maneira “horizontal” como eles acontecem, se entrecortando e acontecendo naturalmente, em jams inesquecíveis.

Foto: Fabiano Albergaria

Foto: Fabiano Albergaria

Nos bastidores, tivemos o prazer de conversar com Leticia Novaes, vocalista do Letuce e tijucana de raiz que conversou com a gente sobre o bairro em que cresceu e sua forma de lidar com o preconceito por ser ZN

Apesar de ser tijucana, a vida cultural nunca foi lá. Minha mãe ainda mora perto do lugar onde Aldir Blanc fez algumas músicas, mas era outro tipo de música. Eu vinha ao Imperator, já vi até Beastie Boys aqui, mas querendo ou não, a parte cultural vinha mais da Zona Sul. Então as pessoas perguntavam de onde eu era e quando falava ‘Tijuca’, me olhavam como se eu fosse um monstro. E eu pensava: Gente! Mas eu moro numa casa com árvore e piscina! Eu lidei com isso como um filtro, uma pessoa que pensava ‘ah! ela mora na Tijuca’, ela não ia fazer parte da minha galera. Porque amizade você pode morar em qualquer lugar. O mundo não é tão longe assim como as pessoas pensam!

E finalmente o resgate cultural da Zona Norte tem encantado a cantora, que ressalta além do Imperator, outras iniciativas na região

Abriu lá na Tijuca também o Centro de Referência da Música Carioca e o Letuce até tocou lá. Foi maravilhoso tocar lá, porque era aquela casa abandonada da minha infância, a casa da Tijuca que dava medo! Quando eu entrei na casa que eu tinha tanto medo pra cantar eu pensei: Nossa, viva a vida! E no Imperator também foi maravilhoso. Muito bom ver na plateia alguns amigos meus que nunca vieram. Fiquei feliz! Isso aí, saiam de casa, motivem-se!

Foto: Fabiano Albergaria

Foto: Fabiano Albergaria

E para quem quer novidades do Letuce, Leticia promete que o terceiro disco já está em processo de produção. Depois de um tempo de dedicação a projetos próprios, ela e Lucas já estão com todas as músicas prontas e a produção será de João Brasil. É só aguardar porque com certeza vem coisa muito boa por aí!

Zona Norte Etc - Another Hot Brand With An American Name - Rick Yates - Rio Música Contemporânea - Imperator - Centro Cultural João Nogueira

ZN Night: Rio Música Contemporânea

Na última quinta-feira o Imperator – Centro Cultural João Nogueira recebeu a estreia do Rio Música Contemporânea, evento que promete trazer mensalmente os principais nomes da nova cena musical brasileira para a Zona Norte da cidade.

Com formato bem divertido, as bandas se entrelaçam transformando o show numa grande jam session em que os músicos se alternam, o que possibilita uma variedade de estilos que nesta edição foi do melódico Tono à rima feroz de Mc Sant. Além destes artistas, passaram também pelo palco a banda Séculos Apaixonados, o cantor Qinho, idealizador do projeto, e Mart’nália, convidada ilustre, que encerrou a noite com muita simpatia, animação e samba no pé.

Enquanto os artistas apresentavam suas composições no palco, uma outra forma de arte se desenrolava na lateral do teatro: a moda. Com uma bancada divertida e peças com frases inusitadas e tiragem limitada, a marca Another Hot Brand With An American Name trouxe para a Zona Norte seu estilo despojado ao propor a produção de camisetas ao vivo. A música rolava e o uniforme oficial do festival, uma t-shirt branca com o nome do evento, era carimbada em tinta vermelha, ali na hora. E para entender melhor esse mix de música, moda e arte que é a marca, conversamos com o criador Rick Yates, que nos contou um pouco sobre como surgiu o projeto:

Zona Norte Etc - Another Hot Brand With An American Name - Rick Yates - Rio Música Contemporânea - Imperator - Centro Cultural João Nogueira

Foto: Fabiano Albergaria

A Another como ideia já existe há uns quatro anos. Eu trabalhava com moda e numa saída de amigos, todos desse mercado, começamos a pensar num conceito de marca e eu fui o louco que anotou tudo. Então são detalhes como só ter peças unissex, o mood da marca de ser uma marca do casal independentemente da opção sexual e ter essa relação com a sensualidade e sexualidade

Mas o diferencial da Another é carregar em seu DNA a versatilidade de também ser uma produtora cultural e Rick explicou essa proposta:

Comecei a marca já como produtora cultural, porque foi a forma de unir todos os meus interesses: teatro, música, moda. Foi uma maneira de entender que o produto físico poderia caminhar junto com o produto cultural, que pode ser um wokshop de atuação ou um show como esse. Conversei com o Qinho que me contou sobre o projeto, que tem esse olhar bacana pro que está acontecendo fora da Zona Sul,diferente do olhar meio datado, meio velho de Ipanema ou Copacabana…

E para nós é um prazer participar dessa mudança de olhar! Que venham as próximas edições do festival!

Para saber as próximas datas, fique ligado por aqui na nossa agenda cultural ou nas dicas ZN que damos ao longo da semana. Na galeria abaixo você confere as imagens do que rolou.

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