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Você Precisa Ver o Documentário “Grana Preta”

Você Precisa Ver o Documentário "Grana Preta"

O documentário fala sobre negócios em favela e empreendedores negros

Nesse sábado, 23 de setembro, ás 19h tem exibição do documentário Grana Preta no Bistrô Estação R&R no Complexo do Alemão. Além da exibição, vai rolar um bate-papo sobre Black Money com Marcela Lisboa, jornalista e cineasta e Marcelo Ramos, criador da cerveja Complexo do Alemão. A mediação fica por conta da maravilhosa Thamyra Thâmara, criadora do GatoMIDIA, espaço de aprendizado em mídia e tecnologia para jovens negros e de espaços populares.  

A ideia de produzir o documentário surgiu depois de uma pesquisa qualitativa desenvolvida, com comerciantes do Complexo do Alemão.  

O que mais nos chamou atenção foi perceber que grande parte dos comerciantes abriram seus negócios motivados pelo desejo de trabalhar perto de casa e pela possibilidade de organizar seu tempo, rotina - destaca Thamyra Thâmara.

O documentário tem o objetivo de debater os métodos e formatos dos negócios desenvolvidos nas favelas e também por empreendedores negros a partir do "se vira", "nós por nós" e o "black money", que são conceitos que perpassam esses empreendimentos.

Segundo o Data Favela, as favelas do Rio de Janeiro movimentam 68,6 bilhões de reais por ano. Quatro em cada dez moradores de favelas têm vontade de empreender.  Entre os moradores que pretendem ter o próprio negócio, a maioria pretende empreender dentro do seu próprio território. Além disso, a maioria desses desses futuros empreendedores das favelas brasileiras pertencem à classe C.

Grande parte desse dinheiro circula na economia local. Economia essa que ora se organiza por resistência (pela ausência do estado em proporcionar acesso a serviços básicos e qualificação profissional) e ora se organiza por insistência em acreditar que é possível viver dos seus próprios sonhos, ser seu próprio chefe e fortalecer a comunidade.

Saber produzir e criar em ambientes adversos é uma habilidade diferenciada que pode ser potencializada e replicada metodologicamente. A Lan House que compartilha espaço com o tio do bar, a barbearia que vende roupa, a tia que vende quentinha por 3 conto, a feira de sábado, os brechós das igrejas , a padaria com pão a 20 centavos, o bistrô de cerveja artesanal,  tudo isso aponta novos rumos para a economia colaborativa e para os negócios em tempo de crise. O que vemos agora é uma grande parcela da população que sempre viveu em "crise", mas que vê na situação atual oportunidade para avançar.

Serviço:

→ Exibição do documentário dia 23/09, sábado, às 19h.

→  Localização Bistrô Estação R&R (Complexo do Alemão)

Exibições:
10.10 - Instituto Black Bom

Armanda Documentário

Documentário “Armanda” conta a história da ”Montessori brasileira”

Documentário Armanda conta a história da ''Montessori brasileira''

Armanda-Alvaro-Alberto

Armanda Alvaro Alberto

O pré-lançamento acontece dia 31 de maio no encerramento da 3ª edição do Festival Mate Com Angu de Cinema Popular

O ano é 1921, a personagem: uma mulher educadora muito a frente de seu tempo, Armanda Álvaro Alberto, filha do médico-sanitarista Álvaro Alberto e membro da elite carioca intelectual da época que escolheu a periferia para viver. A história da ''Montessori brasileira'', como foi carinhosamente reconhecida, e fundadora da União Feminina do Brasil uniu a produtora Dunas Filmes e a professora Liliane Leroux, que coordena o Núcleo de Estudos Visuais em Periferias Urbanas (NuVISU) da UERJ, em alguns encontros que geraram o documentário. O pré-lançamento acontece durante a 3ª edição do Festival Mate Com Angu de Cinema Popular, no dia 31 de maio, às 20h. O evento é aberto ao público, na Lira de Ouro, que fica na Rua José Veríssimo n° 72, no Centro de Caxias/RJ.

''Armanda'' traz à tona um pouco mais sobre uma das precursoras do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, proposta de renovar a escola tradicional e a aplicação da verdadeira função social da escola. O documento é a favor dos direitos dos cidadãos brasileiros levantando pontos essenciais como educação pública, escola única, a laicidade, gratuidade e obrigatoriedade da educação. Criou em Duque de Caxias a Escola Proletária de Meriti que, posteriormente, se transformou na Escola Regional de Meriti, para atender uma comunidade rural carente e constantemente às margens de qualquer política pública de educação ou saúde. Influenciada pelas ideias de Maria Montessori, onde a criança é o centro do método e o professor tem o papel de acompanhador do processo de aprendizado - guia, aconselha, mas não dita e nem impõe o que vai ser aprendido pela criança - faz história não apenas criando o primeiro colégio a servir refeição para os alunos no Brasil, mas também, transformando o ambiente escolar em um laboratório educacional. Os estudantes passaram a ficar na escola em horário integral, a participar do cultivo de hortas e até mesmo da criação de pequenos animais. Presa política no governo de Vargas, dividiu ainda a famosa ‘cela 4’ com Nise da Silveira e Olga Benário cuja filha, Anita Leocádia Prestes, marca presença no filme falando um pouco sobre a relação de Armanda com sua mãe e as demais companheiras na prisão. Ana Chrystina Mignot e outros importantes pesquisadores da área também dão seus depoimentos no média-metragem.

Ao todo a produção contou com um ano de pesquisa e outros quatro para finalização, que teve início em 2013. As filmagens aconteceram de 2014 a 2015 e em 2016 a equipe se dedicou à edição. Para o diretor, Rodrigo Dutra, é importante não perder o elo de ligação da história dela com a que se mistura com a própria história da cidade. A personagem foi responsável pela escola que ficou conhecida como ''Mate com Angu'', termo anteriormente atribuído pejorativamente aos próprios alunos retratando todo o preconceito e hostilidade com as camadas mais populares da sociedade já naquela época. ''Hoje a escola é considerada um dos símbolos mais importantes de resistência e memória cultural da cidade, prova viva disso é que o velho apelido da escola batiza um dos mais conhecidos grupos culturais da Baixada Fluminense, o Cineclube Mate com Angu, que reúne cineastas e produtores culturais da região passando a ressignificar o termo antes hostil para, agora, sinal de orgulho do próprio lugar'', conclui o cineasta, que dirigiu o filme com Liliane Leroux e Flávio Machado. Atualmente o colégio se chama Escola Municipal Doutor Álvaro Alberto, em homenagem ao pai da educadora.

O Mate Com Angu de Cinema Popular contará com projeções de filmes em praça pública e em espaços culturais, debates, exposições, mostra competitiva de curtas, mostra panorâmica de longas, entrega do Trofeu Angu de Ouro aos homenageados e o concurso de vídeos Baixada 1 Minuto, em que moradores da região concorrem a prêmios em dinheiro. O Festival teve sua primeira edição em 2014 e dentre outras coisas contou com a presença do cineasta Nelson Pereira dos Santos. Já na segunda edição, um dos destaques foi a exibição do badalado filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, única vez exibido na Baixada. A programação inteira dessa terceira edição você confere aqui.

 

A luta pela preservação do patrimônio e memória da cidade

Desde 2012 há um embate a respeito da construção do shopping Central Park, no centro de Duque de Caxias, bem ao lado da escola. Por um lado empresários e setores interessados na viabilização do empreendimento alegam que não há riscos para a estrutura do colégio ou mesmo impedimentos legais e, do outro, instituições e grande parte da sociedade civil que, além de não concordarem com a obra, confirmaram rachaduras nos muros e na quadra da Escola Municipal Álvaro Alberto após o corte de mais de 160 árvores centenárias no entorno do terreno - com risco de demolição. O Ministério Público estadual propôs uma ação civil pública à Justiça e, temporariamente, estão suspensas as obras do empreendimento desde a última gestão da Prefeitura. No entanto, com a nova administração municipal, a ideia da retomada do polêmico projeto está sendo novamente levada em consideração. 

Ficha Técnica:

Direção

Liliane Leroux

Rodrigo Dutra

Direção de Fotografia

Flávio Machado

Roteiro

Flávio Machado

Liliane Leroux

Rodrigo Dutra

Câmeras

Flávio Machado

Rodrigo Dutra

Som Direto

Lúcia Marapodi

Trilha Sonora

Mauricio Galo

Realização

Nuvisu (Núcleo de Estudos Visuais em Periferias Urbanas)/UERJ-FEBF

Produção

Dunas Filmes

Patrocínio

Faperj

Apoio

UERJ-FEBF

Memória em Verde e Rosa

Memória em Verde e Rosa – Um filme de Pedro Von Kruger

Memória em Verde e Rosa - Um filme de Pedro Von Kruger

O documentário "Memória em Verde e Rosa", de Pedro von Krüger já está nas telas de cinema! No filme, o morro da Mangueira é o palco onde o compositor Tantinho e antigos sambistas da campeã do Carnaval de 2016 recontam memórias da favela e do samba. A produção é da Com Domínio Filmes e Formiga Produções Culturais e a distribuição da Com Domínio Filmes. 

No filme, ao som de canções marcantes como "Linguagem do Morro" e "Exaltação à Mangueira", conhecemos mais do morro símbolo do Rio de Janeiro que, ao longo de mais de 80 anos, tornou-se um lugar de referência para a história do samba. O longa mostra os desafios e dilemas que os personagens enfrentaram para conquistar respeito na comunidade, reconhecimento na escola e espaço no meio artístico.

"Memória em Verde e Rosa" ressalta a força da Estação Primeira e de sua tradição musical, que se revelam na integração com a vida cultural da cidade. Além do compositor Tantinho, conta com as presenças do lendário mestre-sala Delegado, de Suluca, baiana mais antiga da agremiação, dos compositores Nelson Sargento, Hélio Turco, dos percussionistas Carlinhos do Pandeiro, Jaguara e, através de um rico material de arquivo, traz nomes como Cartola, Geraldo Pereira, Nelson Cavaquinho, Padeirinho e muitos outros. 

SINOPSE

O morro da Mangueira é o cenário onde o compositor Tantinho e antigos sambistas da Estação Primeira vão relembrar histórias sobre a favela e o samba. O documentário retrata os desafios e dilemas que os diversos personagens enfrentam em suas vidas para conquistar respeito na comunidade, reconhecimento na escola e espaço no meio artístico.

 

ENTREVISTADOS

Amauri Raposo

Broto

Carlinhos do Pandeiro

Chininha

Cici

Delegado

Guezinha

Hélio Turco

Hermínio Bello de Carvalho

Jaguara

Jorge Catacumba

Nelson Sargento

Neném Macaco

Paulão 7 cordas

Raymundo de Castro

Seu Nego

Suluca

Tantinho

Waldir Marcelino

Wilson Moreira

 

FICHA TÉCNICA

Direção: Pedro von Krüger

Produção: Alípio Carmo, André Horta, José Constant e Pedro von Krüger

Produção Executiva: José Constant e Bruno Arthur

Roteiro: Alípio Carmo e Felipe Bibian

Pesquisa: Alípio Carmo

Direção de Fotografia e câmera: Lula Cerri e Pedro von Krüger

Assistente de Direção: Gabriel Medeiros

Assistente de produção executiva: Pilar Salinas

Assistente de produção: Larissa Centurione

Pesquisa Iconográfica: Vicente Oliveira e Gabriel Bernardo

Fotografia Adicional e câmera: Bacco Andrade, Cris Conceição, Daniel Bustamante

Câmeras: Lula Carvalho, Pablo Baião, Mário Franca, Gabriel Hoffman, Nicolas Mandri, Miguel Lindenberg, Felipe Bibian, Rogério von Krüger

Assistente de Câmera: Nicolau Saldanha, Tomás Camargo, Daniel Terra, Miguel Morais,

Técnico de som: Pedro Sá, Marcel Costa, Bruno Armelin e Evandro Lima

Microfonista: Marcelo Noronha

Assistente de som: Vicente Oliveira

Edição: Marilia Morais, edt

Assistente de edição: Vicente Oliveira, Felipe Bibian, Antônio Porto e Gabriel Medeiros

Finalização de cor: Daniel Canela

Edição de som: Damião Lopes

Mixagem de som: Gustavo Loureiro

Produção: Com Domínio Filmes e Formiga Produções Culturais

Distribuição: Com Domínio Filmes

filme-neon-demon-elle-fanning

ZN Colaborativa – Filmes e documentários trazem a moda como temática

Hoje temos uma ZN Colaborativa especial do querido jornalista Rafael Moura*, que preparou uma compilação dos melhores filmes sobre moda. Então fica a dica pro final de semana, é só preparar a pipoca e se jogar na frente da telinha para acompanhar esse passeio fashion!

A moda e o cinema têm flertado de uma forma fullgás nos últimos anos; não é por acaso que desde o sucesso de “O Diabo Veste Prada” os filmes sobre o tema têm invadido as telonas e até mesmo os canais on demand e tvs por internet. Então, é claro que a galera do Zona Norte Etc não poderia ficar de fora, por isso, mando meu primeiro post para o ZN Colaborativa com uma lista dos últimos lançamentos que premiam o mundo fashion.

Ícone Fashion

Uma excêntrica e estilosa senhora de 93 anos é tema do documentário “Íris”. O filme que acaba de chegar as salas de cinema, nos Estados Unidos, mostra a rotina da senhora Íris Apfel, uma das pessoas mais fascinantes da moda que dá lições diárias não apenas sobre estilo, mas também sobre vida. Sua excentricidade, assim como sua sensibilidade, são captadas pelas lentes do diretor, que mergulha em sua vida e abre as portas de seu apartamento em Nova York, de seu closet único e absurdo e de sua mente sagaz.

Iris nasceu no Queens, Nova York, e entrou na moda nos anos 1950, quando ela e seu marido Carl – que festejou 100 anos durante a filmagem – abriram a Old World Weavers, uma empresa de tecidos que chegou a ser contratada por nove presidentes americanos para restaurações da Casa Branca.

Advanced Style

Durante a última edição do Festival do Rio, em 2014, assisti ao documentário “Advanced Style”, de Lina Plioplyte, que já está disponível no Netflix. O longa, inspirado no blog homônimo de Ari Seth Cohen, (filmado ao longo de três anos e financiado por meio de uma campanha na internet) começa justamente com o fundador explicando por que iniciou a página. O vídeo observa a intimidade de sete mulheres com idades entre 62 e 95 anos, que vivem em Nova York. O documentário investiga as maneiras com que o estilo pessoal eclético e independente dessas senhoras cheias de cores e vida desafia as ideias convencionais sobre beleza e envelhecimento em uma sociedade obcecada pelo conceito de juventude.

Homme Less

Rosto de marcas como Versace, Moschino, Chanel e Missoni, o modelo Mark Reay, 56 anos, é protagonista do documentário “Homme Less”. O título do projeto é um trocadilho na língua inglesa com a palavra homeless – sem-teto, traduzindo para o português. Mesmo acumulando muitos trabalhos no mundo da moda e até mesmo na televisão (Mark teve um pequeno papel na primeira temporada de Sex and City e algumas participações em The Good Wife) e mesmo assim, ele nunca conseguiu renda suficiente para comprar a própria casa. “Eu só ganho R$ 10 mil dólares ao ano”, diz no trailer.

O norte-americano vive no telhado do apartamento de um amigo em Nova York. Com o dinheiro que conseguiu em campanhas publicitárias, no entanto, o modelo ao menos adquiriu um bom plano de saúde e uma inscrição numa academia, onde mantém a forma. Assista abaixo ao trailer e constate: o mundo da moda pode não conviver com o luxo.

SITE OFICIAL – http://www.homme-less.com/

Sem Glamour

Falando ainda do universo dos modelos masculinos, o jornalista e ex-modelo Pedro Andrade traz o documentário Unglamorous – The Naked Truth About Male Models” (em tradução livre, “Sem Glamour – a verdade nua sobre os modelos masculinos”). O vídeo mostra a rotina dos “meninos da moda” que aparecem sob os holofotes das melhores passarelas internacionais, mas que têm uma vida nada glamourosa.

Produzido nos Estados Unidos nos últimos seis meses, o vídeo, conta com a participação de nomes como o supermodelo sueco Alex Lundqvist, o top americano RJ King e Cameron Keesling, que mesmo estando na capa da “Vogue” Itália ainda mora em um pequeno trailer. A ideia do diretor é mostrar a desvalorização do mercado masculino comparado ao feminino: só para se ter uma ideia, em 2014, Gisele Bündchen faturou US$ 48 milhões, enquanto o modelo masculino mais bem pago fez US$ 1,8 milhão.

Thrilller

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O diretor Nicolas Winding Refn encerrou as filmagens de seu novo longa, “The Neon Demon”. O filme de terror é passado em Los Angeles e foca no ambiente de moda para contar uma história sobre a obsessão pela beleza e traz a atriz Elle Fanning como protagonista.

A Jovem vive a aspirante a modelo Jesse, que vai tentar a sorte em Los Angeles e se vê rodeada por mulheres que são obcecadas por beleza, comandadas por Sarah (interpretada pela modelo Abbey Lee Kershaw). Sua juventude e vitalidade são devoradas por essas mulheres que farão qualquer coisa para ter o que ela tem: frescor e beleza.

O filme de terror foi inspirado na história da condessa húngara Elizabeth Báthory de Ecsed (1560 – 1614), conhecida como a maior assassina feminina que já houve. Chamada de The Blood Countess, ela foi acusada de centenas de assassinatos de jovens mulheres. Diz a lenda que ela se banhava no sangue de vítimas virgens para se manter jovem.

O elenco também traz Keanu Reeves, Christina Hendricks e Alessandro Nivola. O longa tem estreia prevista para 2016 e deve passar por aqui no Brasil, pois sua venda foi bem em Cannes e ele foi comprado por diversas distribuidoras, inclusive pela California Filmes, que atua na América Latina.

Dior e eu

O documentário “Dior e Eu” (2014), do diretor Frédéric Tcheng, entra em cartaz no Brasil no dia 27 de agosto, com mais de um ano de atraso em relação à pré-estreia mundial no Festival de Tribeca, em abril do ano passado. O filme que tive oportunidade de assistir também no Festival do Rio, em 2014 mostra imagens de backstage do primeiro desfile assinado por Raf Simons para a Dior, em julho de 2012. Tcheng, mesmo diretor de “Valentino: The Last Emperor” e “Diana Vreeland: The Eye Has to Travel”, usa palavras do próprio Christian Dior da década de 1940 para contar a história, o que deixa evidente que a ansiedade que passava em sua época muitas vezes é a mesma de Raf nos dias de hoje.

O filme abre espaço para mostrar o nível de profissionalização, dedicação e competência dos profissionais que trabalham com o novo diretor criativo. Também apresenta Raf como um homem reticente, calmo, tímido, concentrado e que não perde o controle — apesar de mostra-lo vulnerável conforme o desfile se aproxima.

Para os amantes da moda, certamente será difícil não se deixar levar pelas lindas imagens de confecção dos vestidos e pela ansiedade nos minutos que precedem o início dos desfiles. Mas talvez a grande informação que devemos ter em mente é que trata-se de um filme bancado pela própria grife. Tendo isso em mente, certamente o filme vale como um registro histórico desta era em que os estilistas são tão transitórios para as grifes. Se a ansiedade muitas vezes é a mesma independentemente da época, hoje os estilistas são uma peça facilmente substituível na indústria da moda. Bem diferente da época de Christian Dior.

Valor Real

Minha última indicação é um verdadeiro “tapa na cara” e me fez pensar muito nos últimos dias sobre o valor real da moda. O filme “The True Cost” que assisti no Netflix, mostra o olhar do diretor Andrew Morgan, depois de ter ficado extremamente comovido com o colapso do Rana Plaza, em Bangladesh, que matou mais de mil trabalhadores da moda.

O longa narrar “uma história sobre a roupa. (The True Cost) É sobre as roupas que vestimos, as pessoas que as fazem, e o impacto que a indústria (da moda) está tendo em nosso mundo. O preço do vestuário vem diminuindo ao longo de décadas, enquanto os custos humanos e ambientais têm crescido dramaticamente. The True Cost é um documentário inovador que puxa a cortina sobre a história não contada e nos pede para considerar: quem realmente paga o preço por nossa roupa?”.

Morgan passou por diferentes países que produzem roupas para grandes redes varejistas como Bangladesh, Índia e Camboja. O longa conta com entrevistas de ativistas da moda consciente como a estilista Stella McCartney, Livia Firth e Vandava Shiva.

Temas cruciais, além da mão de obra humana na indústria da moda, que é composta 85% por mulheres jovens, são abordados. Entre eles a estonteante taxa de suicídio (1 a cada 30 minutos) entre os produtores de algodão da Índia (hoje, o maior exportador de cotton do mundo), as comunidades que estão literalmente morrendo por conta dos curtumes no Camboja, as montanhas de lixo têxtil vindo do ocidente que se acumulam nas comunidades mais pobres do mundo, e outros problemas e soluções para essa bola de neve gerada pelo consumo exagerado de roupas muito baratas.

O objetivo do longa é examinar onde a indústria da moda está hoje (incluindo o fato alucinante que temos visto um aumento de 500% no consumo de vestuário nas últimas duas décadas) e quais as alternativas para criar um futuro melhor. “The True Cost é um projeto sem precedentes, que nos convida a uma viagem elucidante sobre a vida de muitas pessoas e sobre os lugares por trás de nossas roupas”, explica o diretor.

*Rafael Moura é editor de conteúdo e especialista em comportamento

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Cineminha

O Gabriel Leony passou pelo Imperator para curtir o cinema do espaço. Para montar o look, ele investiu em peças básicas e confortáveis e garantiu o casaco pra enfrentar o friozinho da sala de cinema.

Pra quem não sabe, o Centro Cultural possui 3 salas de cinema, que são uma ótima opção para quem quer aproveitar o bairro e fugir do excesso de público dos grandes centros comerciais, principalmente na época do Natal. Pra quem quiser conhecer, a programação completa está aqui.

Gabriel Leony_Zona Norte Etc

Foto: Fabiano Albergaria

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